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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Adoração: uma expressão da glória de Deus

Adoração: uma expressão da glória de Deus
Texto: João 4.23-24




O Catecismo de Westminster diz que o fim principal do homem é glorificar a Deus e deleitar-se n’Ele para sempre. E talvez esse seja um dos maiores desafios para nós evangélicos, principalmente diante do quadro da igreja evangélica brasileira do século XXI. Uma igreja que, segundo alguns autores, possui 5.000km de extensão, mas 5 centímetros de profundidade; estamos vendo muito ajuntamento, mas pouco quebrantamento verdadeiro; muita celebração, mas pouca sede de santidade; muito louvorzão, mas pouca adoração sincera; muita religiosidade, mas pouca espiritualidade. O capítulo 4 do evangelho de João narra a história do encontro de Jesus com uma mulher samaritana; e aquela mulher possuia um grande problema com respeito a adoração. Ela tinha dúvidas sobre aonde se deve adorar a Deus. E Jesus vai mostrar a ela que a sua pergunta está completamente errada. Para Jesus só expressaremos a glória de Deus por meio da nossa adoração, quando entendemos que a prática da adoração é dirigida para a pessoa certa, com a motivação certa e todos os momentos.


NOSSA ADORAÇÃO DEVE SER DIRECIONADA A DEUS





Essa adoração só é possível mediante a pessoa e a obra de Jesus Cristo



Em Isaías 43.7 diz que Deus nos criou para a sua glória, no Salmo 95.6 está escrito: “Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos criou.” No sexto dia da criação, depois do Senhor ter criado os anjos, o Universo, os planetas, a luz, as estrelas, o sol, a lua, os animais, os vegetais, Ele cria o homem e a mulher à sua própria imagem e viu Deus a sua criação e disse que era muito bom; a raça humana é a coroa da criação de Deus; e o Senhor está dizendo que a finalidade de todo o seu cuidado e criatividade em criar-nos foi para que déssemos toda a glória a Ele. O ser humano só encontra sua razão de existência, quando sua vida é uma expressão da glória do seu Criador, da glória de Deus. Todavia, não foi isso que Adão e Eva escolheram. Eles desejaram viver uma vida ausente de Deus, uma vida de independência; eles trocaram a glória do Criador pela glória da criatura; eles resolveram desviar o louvor e a exaltação para Deus, para si mesmos; eles não queriam ser apenas imagem de Deus, eles queriam ser o próprio Deus; eles não quiseram dar glória, eles queriam receber a glória. A criatura se rebelou contra o Criador: “nós não precisamos de você”. “não queremos que você seja o centro das nossas vidas”, “podemos viver muito bem agora sem você”. O vínculo entre Adorado e adorador foi rompido; e o próprio templo de Jerusalém apontava para esse fato; o templo era dividido basicamente em três partes: o átrio, o santo lugar e o Santo dos santos. As pessoas comuns só podiam se locomover no átrio, elas eram terminantemente proibidas de entrar nas duas outras divisões; os sacerdotes, descendentes de Arão, ficavam no Santo lugar e somente o Sumo Sacerdote, uma vez ao ano, no chamado “Dia da Expiação”, e era nesse lugar que a nuvem da glória do Senhor, a Shekiná de Deus, se manifestava. E os judeus se orgulhavam desse privilégio de serem os responsáveis pelo cuidado e administração do templo, e eles excluíam, terminantemente, qualquer pessoa samaritana; então os samaritanos, por ordem de Alexandre o grande séculos antes de Cristo, haviam recebido a permissão de construírem um templo no monte Gerezim, e eles alegavam que o culto verdadeiro era prestado, não em Jerusalém, mas em Samaria. E então, Jesus vira-se para ela e diz “Mas vem a hora e já chegou”. Jesus está dizendo que um novo tempo está raiando na história da salvação onde essa divisão geográfica iria ter um ponto final. Um novo período na história em que as pessoas adorarão “espírito e em verdade” irá chegar, mas ao mesmo tempo já chegou na pessoa do próprio Senhor Jesus Cristo; é o que o apóstolo Paulo vai escrever em Gálatas 4.4-5: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.” E esse novo tempo da adoração alcança uma dimensão maior na morte, na ressurreição e na exaltação de Cristo; quando Ele morre o véu do templo, que fazia a divisão entre o santo lugar e o Santo dos Santos, se rasga de alto a baixo, para que nós, que cremos em Cristo, entremos, com intrepidez, no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho; porque o véu se rasgou, Deus agora habita em nós mediante o seu Espírito; porque nós no unimos a Cristo pela fé, Deus nos ressuscitou juntamente com ele e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus, para mostrar nos séculos vindouros a suprema riqueza da sua graça em bondade para conosco em Cristo Jesus; e esse novo tempo de adoração, inaugurado na vida, morte, ressurreição e ascensão de Cristo alcançará seu cumprimento final na volta de Jesus, quando todo joelho se dobrará e toda língua confessará que Jesus Cristo é o Senhor para glória de Deus Pai.